A apresentadora e empresária abre o coração sobre sua trajetória, desafios e o que ainda a motiva após quatro décadas de carreira

Aos 50 anos, Adriane Galisteu segue sendo um dos nomes mais icônicos do entretenimento brasileiro. Com uma trajetória marcada pela resiliência, autenticidade e coragem, ela agora convida o público para conhecer um lado pouco explorado de sua história na nova série docu-reality Barras Invisíveis, que estreia amanhã, 13 de agosto, no Universal+.

Na produção, a artista revisita momentos que moldaram sua vida, revelando os desafios que enfrentou e como transformou cada um deles em aprendizado. Em entrevista exclusiva, Adriane reflete sobre sua carreira, o impacto da maturidade, sua relação com a fama e sua luta para trazer visibilidade a temas como menopausa e saúde mental.

“Ser independente assusta, mas nunca me fechou portas”

Ao longo da sua trajetória, qual foi o momento mais desafiador da sua carreira e de que forma esse desafio contribuiu para o seu crescimento pessoal e profissional?

Acho que o grande desafio da minha vida sempre foi me reinventar. O tempo todo eu me questiono, me provoco, me coloco em novas situações. E talvez o maior aprendizado tenha sido entender que o erro faz parte do processo. Tudo o que vivi, de bom e de ruim, me trouxe até aqui.

Se pudesse voltar no tempo e dar um conselho à jovem Adriane Galisteu no início da carreira, o que você diria a ela?

Eu diria: “Vai com tudo, sem medo.” Porque o medo paralisa, e quando a gente é jovem, acha que tudo é definitivo. Mas não é. As coisas passam, os desafios vêm e vão, e a gente sobrevive.

Você sempre foi reconhecida como uma mulher independente e determinada. Em algum momento isso te trouxe dificuldades ou te fechou portas?

Ser independente e falar o que pensa assusta! Nunca me fechou portas, mas dificultou algumas coisas para mim. Ser mulher, mais do que qualquer coisa, porque pode não parecer, mas a televisão ainda é um lugar dominado por homens. Mas isso tem mudado muito.

A maternidade é transformadora. Como esse papel impactou sua visão de mundo e a forma como você se enxerga?

A maternidade vira a nossa vida do avesso, no melhor sentido possível. Eu me descobri ainda mais forte, ainda mais determinada. Ser mãe do Vittorio me deu um propósito maior, me fez enxergar a vida de outra forma.

Sendo um ícone de beleza no Brasil há décadas, como você encara o processo de envelhecimento?

Com muita leveza. Eu sempre brinco que a gente perde colágeno, mas ganha autoconfiança. Hoje, aos 50, me sinto muito mais segura do que aos 20. A maturidade traz isso.

“Equilíbrio emocional não é algo que a gente segura o tempo todo”

Você foi uma das pioneiras no Brasil a abordar temas como saúde mental e autoconhecimento. Qual é o seu método pessoal para cuidar da mente e manter o equilíbrio emocional?

Se você quer manter o equilíbrio emocional, precisa entender que ele não é algo que se segura o tempo todo. Tem dias bons e ruins. A terapia ajuda, mas não é só isso. Para mim, o esporte é fundamental. Ele me ajuda mais mentalmente do que fisicamente. A reposição hormonal também me trouxe equilíbrio na menopausa, um momento em que me senti completamente desestabilizada.

Como lida com as críticas e a constante exposição da sua vida pessoal na mídia?

Nunca me incomodei e sigo não me incomodando. O excesso de exposição e as críticas fazem parte da vida de quem trabalha com a mídia. Se isso me incomodasse, talvez eu precisasse trocar de profissão.

Hoje, as redes sociais são um espaço de liberdade de expressão. Como você vê esse cenário?

Acho incrível que hoje todo mundo tenha voz. Você não precisa mais de um programa de TV para se posicionar. Você é dono do seu próprio programa. Mas, claro, isso também tem um lado ruim, porque a internet pode ser cruel.

“Quero que a menopausa seja tratada pelo SUS”

Você falou abertamente sobre sua experiência com a menopausa e a decisão pela reposição hormonal. Como foi esse processo?

No início, foi difícil, porque eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu não tinha energia, estava sem paciência, com insônia. Quando entendi que era a menopausa, fui buscar tratamento e a reposição hormonal mudou minha vida. Por isso, quero trazer esse tema para o SUS. A saúde da mulher precisa ser cuidada, e muitas não têm acesso ao tratamento.

“A vida continua me desafiando, e eu adoro isso”

Com uma carreira tão consolidada, o que ainda te desafia no entretenimento?

Tanta coisa! O entretenimento está sempre mudando. Eu adoro me testar, sair da minha zona de conforto. Quando entrei em A Fazenda, foi um desafio enorme, e eu amei. A vida continua me desafiando, e eu adoro isso.

Se pudesse ser lembrada por apenas uma coisa, qual seria o legado que você gostaria de deixar?

Gostaria que me lembrassem como uma mulher que nunca teve medo de ser quem é. Que falou o que pensava, que viveu intensamente e que inspirou outras mulheres a fazerem o mesmo.

Com Barras Invisíveis, Adriane Galisteu se despe dos holofotes para mostrar sua verdadeira essência. Mais do que um retrato de sua trajetória, a série é um convite para que todos reflitam sobre os desafios invisíveis que carregamos – e, acima de tudo, sobre como transformá-los em força.

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