Reconectando ideias para espalhar consciência

A 10ª edição do TEDx em São Paulo emocionou, provocou e inspirou os presentes do espetáculo de fala no Teatro Santander, no complexo JK

O TED começou com uma conferência de quatro dias na Califórnia há 30 anos e cresceu para apoiar ideias que mudam o mundo por meio de iniciativas diversas. Hoje, as palestras TED, ou TEDTalks, são referência mundial e vistas por milhões de pessoas no mundo todo. E, para tornar esses encontros possíveis, o TEDxSãoPaulo conta com a colaboração e o trabalho de uma equipe de voluntários engajados na causa. As palestras são publicadas no canal oficial TEDx Talks com mais de 36 milhões de seguidores. Nesta quarta-feira, 16, 16 speakers subiram no palco do Teatro Santander, localizado no complexo do Iguatemi JK, na capital paulistana para espalhar boas ideias sobre temas tanto atuais e como também atemporais, mas sempre relevantes.

Essa foi a décima edição do evento em São Paulo e a primeira presencial após a pandemia do Corona Vírus. Conduzida por Cazé Peçanha e Flávia dos Prazeres, a sequência de palestras teve a cada inicio e fim de etapa, como tradição, apresentações musicais para sintonizar o mood artístico e inspirador que se formou na conexão palco-platéia. A atriz, roteirista, empreendedora e idealizadora do projeto “Dona de Si”, Suzana Pires, abriu alas com a temática “Como criar uma rede social de impacto positivo”, onde usou sua experiência pessoal como o case. E, falando em experiência pessoal, parece que Suzi anteviu seus colegas speakers que, a cada fala, trouxeram relatos sobre suas vidas pessoais por meio do propósito profissional e vice-versa.

Em uma sequência que emocionava, alegrava e o mais importante, gerava reflexão sobre temas como inclusão social, diversidade, tecnologia, inovação, autenticidade, relacionamento e, num geral, vida real, a plateia foi conduzida à um lugar-comum que era o intencionado pelos organizadores do evento: um reduto de conhecimento instalado no teatro pela disponibilidade e abertura dos corações presentes.

Felipe Andreoli, jornalista esportivo, falou sobre sua paternidade e os aprendizados vividos nessa relação de intimidade. Fabricio Carpinejar filosofou sobre a relação com o tempo, nossos parentes e a importância que a falta de importância traz. O casal Diana Boccara e Leo Longo relataram conceitos sobre minimalismo e essencialismo no lifestyle vivido há anos por eles de nômades digitais. Carolina Martins, a ‘mãe do Gui’ e uma das maiores profissionais na rede social LinkedIn falou sobre a maternidade e o espaço que o trabalho ocupa em nossas vidas, a ginasta número 1 do mundo, Rebeca Andrade, respondeu às perguntas da jornalista Izabella Camargo sobre saúde mental e a vida em competições.

Já o poeta Allan Dias Castro ressaltou a importância de seguir seu caminho inspirado nos que vieram antes, celebrando a ancestralidade do propósito. Para ‘bugar’ o sistema e as mentes presentes, a consultora e futurista Andrea Bisker nos fez enxergar por análises e dados o quanto somos responsáveis no individual pelo coletivo. A jornalista e repórter Valéria Almeida – a única speaker a ser aplaudida de pé e também a única a ter como pauta seu relato de vida pessoal – emocionou e inspirou quando ressaltou que “sua história foi escrita por muitas mãos. O influenciador digital e podcaster Pedro Pacífico relatou sua experiência pessoal com a autenticidade, revelada por meio da defesa do hábito da leitura do gênero ficcional, que é o mais capaz de gerar empatia e sensibilidade.

O designer publicitário Mário Narita explicou por meio de cases e pesquisas o quanto a comunicação afetiva é efetiva e de que forma isso acontece, Tadeu Jungle, filmaker, nos mostrou o lado positivo da moeda tecnológica quando nossa intenção é impactar positivamente a sociedade. A empreendedora Isabela Raposeiras trouxe à luz a importância da relação ética e honesta em meios de produção da sua paixão, o café especial. A estrategista e mentora Adriana Alves refutou o mercado de trabalho e as empresas que têm como intenção diversificar e incluir ‘minorias’ que na verdade são maioria – como as mulheres negras – onde, por meio de analises e dados, comprovou a pouco eficaz atitude de ‘dourar a pílula’ das empresas quando o assunto é diversidade racial.

E, para encerrar, o carisma da mentora de comunicação – mas antes disso, “artista”, segundo ela – Fefa Moreira falou sobre a importância de exercer o privilégio que é também seu segredo para a felicidade: enxergar a riqueza na simplicidade.

O trio Titanium finalizou o ciclo de palestras com suas músicas instrumentais dignas de trilha sonoras cinematográficas, reforçando a sensação para os últimos espectadores presentes que o que havíamos acabado de vivenciar teria sido uma reconexão consigo mesmo, por meio do espetáculo de fala e compartilhamento do outro. Uma experiência digna de Oscar que, se não levar a estatueta, o TEDx São Paulo permanece como uma indicação certeira.  

Coberturas
Mais recentes
Destinos
Entrevistas