No ar na série “Encantado’s” do Globoplay, o ator brinca com as possibilidade da moda, quebrando barreiras

Desde que nasceu, a moda é um importante movimento artístico. Para o ator, diretor, produtor, roteirista e cantor João Côrtes, ela vai além da necessidade cotidiana, sendo uma extensão de sua personalidade. Com uma abordagem ousada e sem medo de romper barreiras, ele abre seu guarda-roupa e nos convida a conhecer seu mundo, no qual a moda agênero é a protagonista. 

“Acredito na liberdade de se vestir sem as restrições impostas pelas normas de gênero. Vestir-se é uma forma de arte, e a arte não deve ter limites”, afirma João. Seu estilo mistura peças tradicionalmente masculinas e femininas, como ternos elegantes e vestidos fluidos, criando combinações únicas que celebram a individualidade.

Engana-se quem pensa que esse estilo entrou na vida do ator de uma forma simples. “Foi uma construção. A moda no geral, principalmente a moda agênero, surgiu na minha vida como uma ferramenta para me libertar de muitas coisas, uma ferramenta de autoconhecimento, de me relacionar melhor comigo mesmo, de me empoderar mais como homem e como artista”. 

Assim, empoderado de seu espírito criativo e único, João passou a ver a moda como um movimento político, uma forma de combater o preconceito e ser livre. “Ela pode ser um instrumento de mudança na nossa sociedade. De que maneira, eu como homem gay, como artista, posso fazer a diferença através da moda, sobretudo dentro de uma sociedade que exclui e rejeita o feminino? Precisamos entender a potência e o poder que existe dentro da moda agênero em ser uma ferramenta de transformação”, conta.

A mensagem é clara: a moda deve ser uma celebração da liberdade, da arte e da autenticidade. Nos últimos anos, o ator vem se inspirando em diversos artistas, estilistas e designers para criar seu estilo. Os brasileiros Jay Boggo, João Pimenta e Airon Martin, além do cantor britânico Harry Styles e do ator americano Billy Porter estão entre os principais.

O que é moda agênero?

É um movimento que desafia as normas tradicionais de vestuário associadas a gênero. Assim, as roupas não são feitas para homens ou mulheres, mas sim desenhadas de maneira a transcender essas divisões. 

Cada vez mais marcas e designers estão adotando essa abordagem, elaborando coleções que podem ser usadas por qualquer pessoa, além de abandonar as divisões em suas lojas. Isso inclui silhuetas neutras, tecidos versáteis e a combinação de elementos. Vestidos, saias, botas de salto e acessórios ousados podem ser vistos em looks dos homens, enquanto que ternos, calças largas, sapatos no estilo mocassin e oxford, além de gravatas marcam presença no armário das mulheres. 

“Tudo é uma questão de perspectiva. Em um país conservador como o nosso, um homem usando vestido, salto, saia, roupas agêneras em geral, é algo que ainda incomoda. Mas, estamos passando por mudanças positivas. Afinal, a moda precisa ser confortável, divertida e autêntica. A moda agênero é sobre liberdade. Me sinto feliz em me expressar através dela, escolhendo os looks que me fazem bem e valorizam minha personalidade”, diz João Côrtes. 

Créditos:
Direção de Arte: Lucas Rossi (@lucs.rossi)
Produção: ODMGT (@odmgt)
Fotografia: Gabriel Marques (@antropofagia)
Styling: Guilherme Alef (@guilhermealef)
Beauty Artist: Vanessa Sena (@vanvansena)
Produção Executiva: André Faria (@andre.grfst) e Clara Raimondo (@clararaimondo_)