Fundação Bienal de São Paulo leva ascoreografias do impossível para Fortaleza

De 10 de setembro a 10 de novembro, itinerância da 35ª Bienal de São Paulo ocupa o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com catorze participantes nacionais e estrangeiros 

Pela terceira vez, a Fundação Bienal de São Paulo leva sua itinerância para Fortaleza, em parceria com o Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, equipamento gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). De 10 de setembro a 10 de novembro, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), localizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, recebe uma seleção de catorze participantes da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. A cidade já recebeu itinerâncias da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto (2022) e 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva (2017). A mostra é assinada pela J.Macêdo. 

Nesta ocasião, compõem a lista de participantes selecionados para a itinerância em Fortaleza: 

● Cozinha Ocupação 9 de Julho – MSTC 

● Deborah Anzinger 

● Denilson Baniwa 

● Gabriel Gentil Tukano 

● Katherine Dunham 

● Leilah Weinraub 

● MAHKU 

● Maya Deren 

● Melchor María Mercado 

● Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed

● Nikau Hindin 

● Nontsikelelo Mutiti 

● Rosa Gauditano 

● Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich 

A 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível explora as complexidades e urgências do mundo contemporâneo ao abordar transformações sociais, políticas e culturais. A curadoria busca tensionar os espaços entre o possível e o impossível, o visível e o invisível, o real e o imaginário, dando voz a diversas questões e perspectivas de maneira poética. A coreografia, entendida como um conjunto de movimentos centrados no corpo que desafia limites, considera diversas trajetórias e áreas de atuação, o que cria estratégias para enfrentar desafios institucionais e curatoriais. Com suas próprias relações, tempos e espaços, as coreografias do impossível oferecem uma experiência marcante aos visitantes. 

Para os curadores, sempre foi crucial que a exposição alcançasse outras cidades além de São Paulo. Segundo eles, “os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, que as coreografias do impossível não estejam restritas ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado”. 

Segundo a superintendente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Helena Barbosa, receber uma itinerância da Bienal de São Paulo, mais uma vez, reforça a importância e a qualidade do Museu de Arte Contemporânea no circuito das artes visuais. “Além do privilégio de sermos escolhidos para receber esse potente recorte da arte contemporânea do Brasil e no mundo, a temática deste ano dialoga com a ancestralidade do Dragão e seu histórico de lutas, e o que o centro cultural, por meio do MAC-CE, segue representando para artistas e público: espaço de experimentação, desvio das rotas estabelecidas, desconstrução, outras possibilidades de devir, fabulações de um novo porvir e instauração de práticas de rupturas de uma estrutura desigual”, destaca a gestora. 

“É com grande satisfação que vemos a itinerância da Bienal de São Paulo retornar a Fortaleza pela terceira vez, uma cidade que é tão especial para mim, minha terra natal. Esta edição ganha ainda mais relevância ao ser realizada durante as comemorações dos 25 anos do complexo Dragão do Mar, um espaço que tem sido fundamental para a promoção da arte e da cultura no Ceará. Trazer as coreografias do impossível para Fortaleza reforça a conexão entre a Bienal e a cultura cearense, estabelecendo novas pontes com o público e o cenário artístico local”, comenta Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo.

A itinerância 

Entre os artistas que desembarcam na capital cearense estão Denilson Baniwa um dos curadores da exposição Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam, atual representação brasileira na Bienal de Veneza; Deborah Anzinger, cujo trabalho transita entre a linguagem e a materialidade como sujeito e objeto; e Nontsikelelo Mutiti, responsável pela concepção da identidade visual da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível

O coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) apresenta uma tradução visual dos cantos sagrados Huni Meka, reverberando o ativismo cultural e a preservação das terras dos povos originários. Já Gabriel Gentil Tukano, falecido em 2006, é homenageado com obras que perpetuam a cosmogonia Tukano e a sacralidade do território ancestral. 

A mostra também inclui o trabalho de Katherine Dunham, pioneira da dança moderna que integra tradições africanas e caribenhas, e o filme SHAKEDOWN (2018) de Leilah Weinraub, que documenta a vida e a cultura de um clube de strip-tease lésbico em Los Angeles. Maya Deren, um dos grandes nomes do cinema experimental, também marca presença com o filme Meditation on Violence [Meditação sobre a violência] (1948), que explora a dança e a temporalidade. 

Outros artistas como Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed e Nikau Hindin trazem para a mostra trabalhos que dialogam com a especificidade de suas culturas e tradições, oferecendo perspectivas críticas sobre colonialismo, diáspora e identidade. 

Ações com a equipe de educação da Fundação Bienal de São Paulo 

Durante as itinerâncias, a Fundação Bienal de São Paulo, em conjunto com as instituições parceiras, realiza duas frentes de trabalho educativo que se complementam. São elas as ações de formação com as equipes de mediadores e educadores da cidade, e ações de difusão para o público interessado geral. 

Um dos principais momentos do programa é a série de conversas sobre os três movimentos da publicação educativa da 35ª Bienal de São Paulo. Cada volume aborda diferentes aspectos da mostra, além das práticas de mediação e difusão. O terceiro movimento, especialmente preparado para a itinerância, baseia-se nas práticas realizadas ao longo da exposição no Pavilhão da Bienal e será distribuído gratuitamente aos participantes. 

No dia 10 de setembro, às 19h, durante a abertura, a equipe de educação da Fundação Bienal de São Paulo propõe um percurso pela mostra itinerante no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, sugerindo diálogos com a publicação educativa da 35ª Bienal de São Paulo. O trajeto traz participantes como Cozinha Ocupação 9 de Julho – MSTC, Denilson Baniwa e Rosa Gauditano. A visita temática com a equipe de educação da Bienal e encontros com a publicação educativa ocorrem no dia 12 de setembro, quinta-feira. Mais informações no serviço. 

Essas iniciativas são projetadas para criar um ambiente de aprendizado colaborativo, fortalecendo a interação com o público e promovendo a arte contemporânea em Fortaleza, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e culturalmente engajada. 

Sobre a Fundação Bienal de São Paulo 

Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas, cujas ações visam democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística. A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior. A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea referência na América Latina (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico. Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil. 

Sobre o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 

Inaugurado no dia 28 de abril de 1999, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura é um importante centro cultural que integra a Rede Pública de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Localizado em Fortaleza, há 25 anos é um dos principais cartões-postais de Fortaleza, lugar de encontro, pensamento crítico e fruição da arte e da cultura. Assinada por Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo, sua arrojada arquitetura ocupa quase 30 mil m², reunindo, além do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, o Museu da Cultura Cearense, o Planetário Rubens de Azevedo, a Praça Verde, o Teatro Dragão do Mar, o Anfiteatro Sérgio Motta e o Cinema do Dragão, além de espaços como Biblioteca Leonilson de Artes Visuais, Multigaleria, Auditório, Arena Dragão do Mar, Espaço Rogaciano Leite Filho, Espaço Mix, Minianfiteatro, Ateliê de Artes e Varanda dos Museus, onde pulsa uma programação potente e plural, fruto do intercâmbio com produções artísticas nacionais e internacionais e que evidencia a força cultural e artística do Ceará nas mais diferentes linguagens, grande parte dela gratuita. Uma iniciativa pioneira reconhecida nacionalmente, inspirada nos ideais de liberdade e resistência do jangadeiro Francisco José do Nascimento, o “Dragão do Mar”, uma das lideranças que colocaram o Ceará na vanguarda da abolição da escravidão no Brasil, e que batiza o centro cultural.

Serviço 

35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível 

Itinerância Fortaleza – Museu de Arte Contemporânea do Ceará / Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 

Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel 

Abertura: 10 set, ter, 18h – 21h 

Acesso principal pela entrada dos museus, pela Avenida Presidente Castelo Branco, S/N 

Visitação: 11 set – 10 nov 2024 

qua – sex, 9h – 18h (acesso até às 17h30) 

sáb, dom, feriados, 13h – 18h (acesso até às 17h30) 

Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 

Fortaleza, CE 

entrada gratuita 

Visitas mediadas com equipe de educação da Bienal 

10 set 2024 

ter, 19h 

Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) 

Acesso principal pela entrada dos museus, pela Avenida Presidente Castelo Branco, S/N 

Fortaleza, CE 

entrada gratuita 

Visita temática com a equipe de educação da Bienal: 

12 set 2024 

qui, 16h 

Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) 

Acesso principal pela entrada dos museus, pela Avenida Presidente Castelo Branco, S/N 

Fortaleza, CE 

entrada gratuita 

Encontro com a publicação educativa da 35ª Bienal 

12 set 2024 

qui, 19h 

Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE)

Rua Dragão do Mar, 81 

Fortaleza, CE 

entrada gratuita 

Para mais informações sobre as visitas do programa educativo: educacao@bienal.org.br 

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