Da fantasia romântica à pré-indicação ao Oscar com “Homem com H”, Bruno Montaleone amplia seu território no cinema

O ator que emocionou na cinebiografia de Ney Matogrosso se prepara para revisitar Ian Clarke em “Encontrada”, da Disney, e reafirma sua versatilidade artística

Nos últimos anos, Bruno Montaleone vem atravessando um território fértil e diverso dentro do cinema brasileiro. Do protagonismo na fantasia romântica de “Perdida”, da Disney, à densidade de “Homem com H”, o ator mostrou não apenas diferentes facetas, mas uma disposição clara de assumir riscos artísticos. O que parecia ser apenas a ascensão gradual de um rosto da televisão transformou-se em algo maior: uma carreira que já colhe reconhecimento crítico e, ao mesmo tempo, mobiliza um público fiel em torno de seus personagens.

Na cinebiografia de Ney Matogrosso, lançada em maio de 2025 sob a direção de Esmir Filho, o ator carioca interpreta Marco de Maria, médico e ex-companheiro do ícone da música, cuja trajetória se cruza inevitavelmente com o drama da AIDS nos anos 1980. Sobre o filme, que ultrapassou a marca de 600 mil espectadores em poucas semanas e, recentemente, foi incluído na pré-seleção da Academia Brasileira de Cinema entre os possíveis representantes do Brasil no Oscar 2026, Bruno comenta: “Foi algo que me atravessou de um jeito difícil de explicar. Estudei biografias, li relatos da época, tentei compreender a dimensão da dor e do amor em meio àquela devastação que foi a AIDS nos anos 80 e nos subsequentes. Digo também pela história do Ney, eu mesmo não tinha profundo conhecimento sobre sua biografia, de como foi sua infância, relação com os pais, como foi o início na música, antes do sucesso… Hoje pra mim ele é quase como uma entidade, foi muito legal mergulhar na história da vida dele. Acho que esse filme me inspirou um compromisso com a memória de muita gente.” O contraste com Ian Clarke, o príncipe de “Perdida”, é radical. Se no drama histórico Montaleone encarnava, em partes, a tragédia de uma geração, na adaptação do romance best-seller de Carina Rissi ele se entregou à leveza romântica e à sofisticação de um cavalheiro do século XIX. O filme estreou em 2023, rivalizando em bilheteria nacional com gigantes internacionais, como “Barbie” e “Oppenheimer”, e ganhou maior alcance ao ser lançado no streaming Disney+.

E a história terá continuação: “Encontrada”, a sequência, já foi anunciada para 2026, e a expectativa dos milhões de fas cresce na mesma medida em que Bruno se prepara para revisitar o papel: “Voltar a ser Ian não é simplesmente revisitar um personagem, é também explorar novas camadas de um homem que vive entre dois mundos: o dele, o século XIX, e o dela, o nosso presente. Esse retorno é uma oportunidade de amadurecer o Ian e, ao mesmo tempo, dialogar com o público que se reconheceu na história e me recebeu no universo de Perdida com tanto carinho. E isso que me motiva: oferecer algo que seja intenso e capaz de tocar novamente quem embarcar nessa jornada”, conclui.

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