André Lamoglia: entre o Profeta, o agora e a verdade

Em entrevista exclusiva, ator revela bastidores, vulnerabilidade, propósito e a vida por trás do personagem mais magnetizante da Netflix.

Em Os Donos do Jogo, André Lamoglia dá vida ao Profeta — personagem intenso, frio, sedutor e cheio de camadas. Mas, fora das câmeras, o ator que conquistou o público mundial com Elite revela uma versão muito diferente: serena, sensível, conectada à família e a um propósito claro.

Na conversa a seguir, André abre espaço para profundidade, fala abertamente sobre seus dilemas, suas escolhas e o impacto real da fama — com sinceridade rara.

Créditos: Hudson Rennan

Mergulhar no Profeta: intensidade, estudo e entrega

Desde o primeiro contato com o roteiro, André sabia que não seria um papel comum.

“Na primeira vez que vi o roteiro, me encantei. Era diferente de tudo. O Profeta tinha muitas nuances, muitas coisas que não estavam ditas — estavam no olhar, no pensamento.”

Ele leu cinco vezes antes de começar a preparação:

“Eu lia e sempre encontrava algo novo. A história é cheia de camadas.”

O trabalho foi guiado por uma equipe de peso:

“Tive preparadoras incríveis — a Maria Laura e a Fátima Toledo. Trabalhar intensamente com elas foi essencial, porque o Profeta é muito distante de mim.”

E se o personagem provocou amor e ódio no público, isso tinha um objetivo claro:

“Ele move sentimentos, e esse era o intuito. Ver as pessoas amando e odiando o Profeta mostra que elas compraram meu trabalho.”

E brinca com o impacto:

“As pessoas estão profetizadas! O público está viciado na série, nas mensagens, nos detalhes.”

De Elite ao Brasil: reconhecimento em duas escalas diferentes

O sucesso mundial veio cedo com Elite:

“Até hoje me surpreende. Eu estou em aeroportos, em lugares que nunca imaginei, e recebo carinho de gente que fala línguas completamente diferentes.”

Mas Os Donos do Jogo trouxe um tipo de reconhecimento que mexeu fundo:

“Agora meu trabalho ficou mais visível no Brasil. Ganhar força no meu país é muito especial. Amo minha cultura, nossa história.”

E conclui:

“Ser reconhecido no meu país é uma sensação que não tem preço.”

Fama, visibilidade e limites

A fama traz luz, mas também pressão — e ele sabe disso.

“Vem carinho, mas vem cobrança. Faz parte.”

Nas redes sociais, André cria barreiras saudáveis:

“Eu mantenho minha vida pessoal mais privada. Gosto de mostrar meu trabalho, meus projetos.”

Quando abre algo íntimo, é por escolha:

“Só compartilho o que me sinto livre para compartilhar. É sobre manter minha liberdade.”

Sobre a cobrança dos fãs:

“Muitas vezes é cobrança pela segunda temporada, e eu vejo isso como algo bom. É sinal de que gostaram. Querem mais.”

Quando a cobrança é pessoal:

“Eu analiso, vejo se faz sentido. Tento sempre manter a cabeça tranquila, agir com clareza e seguindo meus princípios.”

O bastidor mais marcante: a parceria com Pedro Lamin

Entre cenas pesadas e um ambiente emocional denso, uma parceria se destacou:

“A troca com o Pedro Lamin foi muito especial. Desde o início tivemos uma energia muito boa.”

Sobre o processo conjunto:

“A gente ensaiou muito. Construímos juntos sem saber ao certo como os personagens ganhariam vida.”

E hoje, ver o retorno do público completa o ciclo:

“Fico feliz por ele. As pessoas amam o Nelinho. Ver isso acontecer é muito gratificante pra nós dois.”

O que do Profeta ficou no André — e o que não ficou

Diferente de alguns papéis anteriores, o Profeta não deixou marcas pessoais:

“O André e o Profeta são muito diferentes. Consigo separar bem minha vida dos personagens.”

Ele explica que outros personagens já deixaram algo — mas não este:

“Já fiz personagens com esportes ou aptidões que ficaram comigo. Mas no caso do Profeta, não vejo isso acontecendo.”

Quem é o André quando ninguém está olhando

Ele volta o olhar para dentro:

“O que me faz sentir de verdade é estar com minha família, meus amigos. Isso me deixa centrado.”

Atividades simples o ancoram:

“Fazer esporte me traz de volta para o meu eixo. Me sinto mais conectado comigo.”

E, mesmo na carreira, tenta manter coerência:

“Levo meus ideais e princípios para tudo: para o set, para minha vida pessoal, para a relação com fãs.”

E reforça:

“O André é sempre o André, independente de onde eu esteja.”

Amor, exposição e vulnerabilidade

Para ele, amor e vulnerabilidade caminham juntos — mesmo na fama:

“O amor deve existir sempre, independentemente da exposição.”

Mas ele protege o que é íntimo:

“Muitas pessoas próximas a mim nem estão acostumadas com esse nível de exposição. Por isso, mantenho tudo muito interno.”

E abre apenas quando sente que deve:

“Exponho o que acho necessário, no momento certo, e sem ultrapassar a minha liberdade.”

Dúvidas, distância e resiliência

Ele foi honesto sobre momentos difíceis:

“Ficar longe da família, dos amigos, da minha cultura… isso pesa.”

Mas nunca se questionou sobre desistir:

“Nunca pensei se valia a pena. Sempre converti as dificuldades em força.”

Para ele, é natural que desafios existam:

“Momentos difíceis sempre vão existir. Em qualquer setor da vida. A diferença está em como lidar com eles.”

Vida saudável: corpo, mente e alma

André redefine o conceito de saúde:

“Não é só treinar e comer bem. É um equilíbrio emocional.”

Ele busca hábitos que o reconectem:

“Faço coisas que me fazem sentir bem comigo mesmo. Isso me dá saúde mental e física.”

Família e esporte são pilares:

“Sou muito ligado à minha família. Esporte também é essencial pra minha mente e, consequentemente, pro meu corpo.”

E reconhece vulnerabilidades:

“Tem dias que não quero treinar. Acontece. Mas não deixo isso me consumir.”

No fim, o movimento é o que o move:

“Sou superativo, gosto de estar em movimento. Isso me deixa vivo.”

O que o preocupa quando as câmeras desligam

Sem rodeios, ele diz:

“O que me preocupa é o que me move: buscar o que me faz sentir bem.”

E assume sua humanidade:

“Tenho preocupações pessoais como qualquer pessoa. Mas tento manter tudo equilibrado.”

Como ser genuíno sob observação constante

Manter autenticidade é prioridade:

“É sempre importante agir como você é, independente de quem está observando.”

Ele entende o jogo da exposição:

“Sempre vai ter gente opinando — positivamente e negativamente. O importante é filtrar.”

E explica seu processo:

“Penso: isso faz sentido? Eu absorvo ou deixo passar? Esse é meu filtro.”

A vida mudou para sempre? Ele prefere o presente

Uma resposta surpreendente para quem vive o auge:

“Pensar que minha vida mudou para sempre me daria ansiedade.”

Ele opta pelo agora:

“Foco no presente. É o que posso controlar.”

E, mesmo com planos futuros, mantém os pés no chão:

“É importante planejar, mas estar no agora me deixa mais tranquilo.”

O que ainda quer viver como ator

Ele tem muitos desejos — mas nenhuma resposta única:

“Tenho vontade de fazer muitas coisas que não fiz ainda.”

Entre elas:

“Uma biografia, uma comédia romântica, um filme de terror.”

E uma paixão especial:

“Tenho muita vontade de fazer filmes independentes. Nosso audiovisual brasileiro está incrível.”

O lado que o público não vê

Apesar do glamour crescente, ele mantém a perspectiva:

“Tapetes vermelhos e eventos fazem parte do meu trabalho.”

Mas ele deixa claro:

“Sou muito afortunado e grato. Mas também levo uma vida normal.”

Ele se vê como qualquer pessoa:

“Tenho dias bons e ruins. Sou uma pessoa como qualquer outra, fazendo seu trabalho.”

Mensagem final ao público

André encerra com um pensamento que resume seu momento:

“Correr atrás dos nossos sonhos é essencial — somos capazes do que quisermos.”

E acrescenta:

“Mas ainda mais importante é desfrutar cada momento.”

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