‘Minha Carreira’: Freddy Rabbat, CEO da TAG Heuer no Brasil

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Economia, mudança de mercado, comportamento do consumidor e muito mais: Freddy Rabbat respondeu às nossas perguntas sobre o mercado de luxo quanto CEO da TAG Heuer no Brasil. Com a impossibilidade de viagens para o exterior devido a pandemia do vírus Covid 19, o momento exige que as empresas de reinventem para se adequar ao comportamento do consumidor. “Produtos especiais tem tato, cheiro, textura, temperatura em materiais que precisam ser tocados e vistos de perto, até mesmo vestidos. É desafiador conseguir isto em uma tela de computador. Por isso, a experiência física será sempre importante, embora não seja mais a única.
O luxo é a arte de presentear a si mesmo ou a quem mereça o melhor, uma premiação, e isto nunca deixará de acontecer.” E sobre o futuro, o que podemos esperar? Segundo Freddy, “o futuro das grandes marcas de luxo é a uma experiência omnichannel, onde as marcas estarão presentes em diversas plataformas de forma adaptada e atingindo públicos diversos.”  Além disso, ele também nos contou sobre o  lançamento da marca de relógios de luxo TAG Heuer: Formula 1 Indy 500, uma nova edição especial do modelo Formula 1 para homenagear os maiores espetáculos das corridas” e celebra 160 anos de conquistas revolucionárias de cronometragem no mundo do automobilismo. Confere só esse papo com muitos insights e ideias de quem manja de empreendedorismo: 

 

INVOGA:  Como foi a sua trajetória até assumir a representação da TAG Heuer no Brasil?    

FR: Iniciei minha trajetória no mercado de luxo antes mesmo dele ser chamado de mercado de luxo. Era um tempo onde tudo o que era feito fora do Brasil era considerado melhor. Me refiro à 1989, ano em que o Brasil estava começando a abrir suas fronteiras para a importação e o brasileiro estava ávido por novidades após tantos anos com o mercado fechado. Este conceito durou até o Brasil começar a importar produtos de baixa qualidade, que mostraram ao público brasileiro que os importados também poderiam ser ruins. Isso também mostrou que o Brasil tinha produtos de excelente qualidade feitos localmente. Desde então, venho atuando neste segmento em um mercado que cresce todos os anos em todo o planeta, permitindo ao consumidor ter produtos acesso de altíssima qualidade e valor agregado, tornando-os mais exigentes e permitindo a democratização do acesso aos melhores produtos do mundo ao cidadão brasileiro sem que precisar viajar.

 

INVOGA: Para você, atualmente, quais são os principais desafios do mercado de luxo?    

FR: Hoje existem 2 desafios: o primeiro é internacional e é em função da pandemia que estamos vivendo, que acabou sacrificando quase que totalmente o turismo e forçou o consumidor a comprar os produtos localmente (desde que estejam disponíveis em seu país). Isto deve passar assim que surgir uma vacina ou um remédio que minimize os efeitos da doença. O segundo é um problema regional que vem afetando o Brasil nos últimos anos de forma avassaladora, levando muitas marcas a abandonar o país – não pela falta de consumidores, mas pela falta de resultados em um país que cobra impostos elevadíssimos e acabam tornando o custo dos produtos muito alto em relação ao que custam fora do Brasil. Este imposto leva a maioria das marcas a deixarem o país na espera de que o consumidor vir até elas – fora do país, podem vender com mais margem. Mas essa saída acaba levando também a geração de empregos, impostos e mesmo divisas para fora do Brasil – perdemos muito com isto pois o acesso será apenas para quem viaja e aqui deixaremos de empregar e qualificar pessoas.

 

INVOGA: Podemos falar de um novo luxo? Ou de um novo normal do mercado do luxo?     

FR: Com a pandemia, o consumo do mercado de luxo para vai restringir-se ao país onde o consumidor está, pois é muito provável que demore voltar a viajar. Muitos falam no aumento do consumo através do e-commerce (que é um fato em diversos setores da economia) mas, no mercado de luxo, ele funciona para produtos básicos e muito conhecidos. Produtos especiais tem tato, cheiro, textura, temperatura em materiais que precisam ser tocados e vistos de perto, até mesmo vestidos. É desafiador conseguir isto em uma tela de computador. Por isso, a experiência física será sempre importante, embora não seja mais a única.
O luxo é a arte de presentear a si mesmo ou a quem mereça o melhor, uma premiação, e isto nunca deixará de acontecer. Nós estamos aqui para que o consumidor tenha acesso ao produto quando quiser, pelo preço internacional de cada marca.

 

INVOGA: Como o segmento, que vende tanto a “experiência”, a exclusividade, tem se posicionado em relação à venda online?    

FR: O mercado de luxo vem investindo fortemente na venda online, ciente de suas limitações e da importância da experiência física. O futuro das grandes marcas de luxo é a uma experiência omnichannel, onde as marcas estarão presentes em diversas plataformas de forma adaptada e atingindo públicos diversos.

 

INVOGA: Certa vez, você afirmou que as marcas de luxo chegam ao Brasil com muito barulho e vão embora em silêncio. Como assim?    

FR: Digo isto em função das festas que fazem quando chegam e da difícil decisão que é sair do mercado após tanto investimento, visto que é muito desafiador gerar resultados enquanto não houver um melhor equilíbrio dos impostos para que o consumidor não queira comprar em viagens internacionais, como vêm fazendo nos últimos 20 anos. Portanto, quando saem, fazem de forma silenciosa por não conseguirem atender o consumidor localmente. Isto aconteceu com mais de 30 marcas nos últimos anos…

 

INVOGA: A TAG Heuer, e outras grandes marcas, tem uma relação muito peculiar com o esporte. Como você explica a relação entre esses fascínios.    

FR: Uma excelente pergunta, com uma resposta muito objetiva: a TAG Heuer se orgulha da precisão de seus relógios e da vanguarda na criação de mecanismos, o que fez com que sempre fosse convidada para ser a cronometrista oficial dos maiores eventos esportivos do mundo. Em 1920, fomos convidados para cronometrar as Olimpíadas e isto sucedeu a diversos outros eventos, incluindo o setor de automobilismo. Esporte é competição e a competição é sempre contra o tempo – e a TAG Heuer está sempre com a melhor precisão em seus instrumentos.

 

INVOGA: E sobre o lançamento TAG Heuer: Formula 1 Indy 500, que novidades e inovações você consegue nos antecipar?     

FR: Para comemorar 16 anos como Cronometrista Oficial da IndyCar Series e a 104ª corrida de Indianapolis 500, a TAG Heuer lançou uma nova edição especial do modelo ‘Fórmula 1’ que homenageia sua parceria de longa data com a pioneira de corridas da América do Norte. Conhecida como uma das competições automobilísticas mais antigas e integrante da famosa “Triple Crown”, a Indy 500 é uma corrida de 800 km realizada no Indianapolis Motor Speedway em Speedway, Indiana, um dos eventos esportivos mais assistidos no mundo.

O novo TAG Heuer Formula 1 Indy 500 também celebra os 160 anos de conquistas revolucionárias de cronometragem no mundo do automobilismo e é uma edição limitada a 1.500 unidades.  O cronógrafo de 43 mm, criado em colaboração com a equipe da IndyCar, representa a paixão da relojoaria de luxo pelo espírito do automobilismo. Com detalhes ricos e atraentes em vermelho, o relógio apresenta uma parte do mostrador feita para relembrar os icônicos tijolos da pista do Indianapolis Motor Speedway.

O cronógrafo movido a quartzo é apresentado em uma pulseira de borracha preta resistente para ajustar facilmente o relógio sobre uma roupa de corrida. O modelo é resistente a água até 200 metros e altamente resistente a choques.

Desenvolvida em 1987, a coleção Formula 1 da TAG Heuer é uma extensão elegante dos laços da marca com o mundo emocionante e acelerado das corridas. Como o próprio esporte, os relógios desta renomada coleção são ousados,  com designs arrojados que exigem atenção, e recursos técnicos avançados inspirados no desempenho extremo das equipes de corrida de automóveis

 

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