“Já havia acompanhado a caminhada de um grande amigo em Compostela e escolhi que aquele seria meu desafio”
Aliás, o primeiro, já que ela pretende subir o Monte Everest até a Base1 no próximo ano.
“Era importante eu passar por isto sozinha, pois seria a oportunidade de ver tudo que passei ao longo da minha vida de um outro prisma”, enfatiza.
Ao longo do difícil caminho de 750 Km, percorridos em 31 dias de caminhada, ela passou por muitos desafios, mas conta ter resgatado algo que havia perdido há muito tempo: “a fé nas pessoas ”, garante a empresária, que diz ainda que uma de suas principais descobertas é que no Caminho não importa quem você é, e que todos os peregrinos acabam formando uma grande família, uns ajudando aos outros a alcançarem seu objetivo em comum: chegar a Compostela. A rotina é intensa e envolve arrumar mochila, carimbar sua credencial, seguir as flechas amarelas, lavar roupa, planejar, reservar albergues, dormir em seu “sleeping bag” e, claro, caminhar. “Em uma parte do trajeto, as Mesetas, você lida com a monotonia e a paciência, graças a uma passagem árida, com retas sem fim e sem nenhuma vida animal”, explica Tânia, lembrando que sentiu todas as emoções. “Tive medo, chorei, sorri, cantei alto, senti um amor profundo pela minha família, pensei na força e superação do meu marido, agradeci meus sócios e meu time, por segurarem as pontas no trabalho, ao meu irmão, por cuidar da minha mãe, e ao meu Tchelo (apelido do marido) e minhas filhas Laura e Luisa, por me apoiarem”.
Na chegada à Cruz de Ferro, ela depositou não somente uma pedra levada do Brasil, mas também “todos os meus demônios e tristezas, iniciando uma nova jornada espiritual na minha vida”, encerra Tânia, com a dica de que com o coração aberto e pronto para lidar com todas as suas emoções, essa será uma experiência única.