Pesquisadores da Fiocruz integram grupo de brasileiros para apresentação de pesquisa na Harvard University

A pesquisa “Efeito da covid-19 e da violência no processo de trabalho e na saúde mental dos agentes comunitários no Brasil” conta com a participação de pesquisadores cearenses, paraibanos, piauienses e pernambucanos.

Um grupo de pesquisadores brasileiros da rede Nós APS Brasil irá compartilhar os resultados de uma pesquisa inovadora na Harvard University, nos Estados Unidos, entre os dias 15 e 25 de março de 2024. Entre os quais, destacam-se representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), da Universidade Regional do Cariri (URCA), e da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA).

A pesquisa em questão, intitulada “Effect of Covid-19 and Violence on the Work Process and Mental Health of Community Agents in Brazil” (Efeito da Covid-19 e da Violência no Processo de Trabalho e Saúde Mental de Agentes Comunitários no Brasil), teve início em 2019 e oferece uma análise profunda sobre os impactos da violência urbana e da pandemia de Covid-19 nos processos de trabalho e na saúde mental dos agentes comunitários de saúde (ACS) em oito municípios nordestinos (quatro capitais: Fortaleza, Teresina, João Pessoa e Recife; e quatro cidades do interior do Ceará: Sobral, Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha).

Os dados coletados revelam uma correlação entre a incidência de violência urbana e a capacidade dosACS de desempenhar suas funções, inclusive no contexto da pandemia. Quanto maior a violência, menor a eficácia desses profissionais e maior o impacto em sua saúde mental. Regiões mais vulneráveis são as mais afetadas, experimentando uma redução nos serviços de saúde oferecidos devido à violência urbana.

“Os efeitos dessa violência que limita o pleno exercício das atividades dos agentes de saúde têm repercussão inclusive na parcela idosa da população. Eles adoecem mais, têm mais dificuldades em acessar as unidades de saúde, as visitas domiciliares tanto de agentes de saúde como de profissionais de nível superior (médicos, enfermeiros etc.) têm menor frequência e têm menor duração”, destaca a professora Anya de acordo com o estudo realizado na região do Cariri cearense.

Durante sua estadia em Harvard, os pesquisadores brasileiros serão recebidos pelas professoras Anya Vieira-Meyer, Aisha Yousafzai e Márcia Castro, com uma agenda produtiva de eventos, visitas e encontros com renomados acadêmicos americanos da Escola de Saúde Pública T. Chan, do Centro David Rockfeller para Estudos Latino-Americanos (DRCLAS), e do programa Takemi fellowship, entre outros.

Este encontro não só marca uma importante colaboração entre pesquisadores brasileiros e americanos, mas também destaca a relevância do trabalho desenvolvido pelo grupo Nós APS Brasil, que busca aprofundar os conhecimentos na área da atenção primária à saúde e propor soluções para os desafios enfrentados na Estratégia Saude da Família.

Entre os pesquisadores brasileiros que participarão desse evento estão Alice Maria Correia Pequeno (SESA), Profa. Dra. Ana Patrícia Pereira Morais (UECE), Prof. Dr. André Luiz Sá de Oliveira (Fiocruz PE), Prof. Dra. Maria de Fátima Antero Sousa Machado (Fiocruz CE/URCA), Prof. Dra. Maria Socorro de Araújo Dias (UVA), Prof. Dra. Maristela Inês Osawa Vasconcelos (UVA), Prof. Dra. Regina Glaucia Lucena Aguiar Ferreira (UFC) e Prof. Dr. Sidney Feitoza Farias (Fiocruz PE).

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