LA (LA) BELLE DE JOUR

Inquieta por natureza, a moça, que tem como cartão de visitas a elegância, monetiza seu poder de influenciar através de uns dos Instagrans mais seguidos do ciberespaço e fatura alto com seu dom para negócios. Comandando duas marcas que levam, além de seu DNA, sua discreta ousadia. Lalá inaugura uma nova fase de vida e, clicada para as páginas da inVoga, ela mostra o porquê de ser uma das blogueiras mais requisitadas do Brasil e, sem dúvidas, do mundo.

Você começou o ano com o pé direito, digamos assim, desfilando pela Dolce & Gabbana ao lado de jovens influentes de várias partes do mundo. Como foi essa experiência? Considerou como um reconhecimento do seu trabalho e da sua trajetória?

Eu sempre fui cliente e admiradora da Dolce & Gabbana, por ser uma grife com a qual sempre me identifiquei, então ser convidada para desfilar duas vezes para a marca – uma no desfile masculino e a outra na última semana de moda deMilão – foi uma grande honra. Conheci o Domênico e o Stefano há alguns anos, quando eles deram um jantar para clientes e influenciadoras em Milão e nos demos bem de cara. Eles são típicos italianos, ligados à família e muito alto astral, então ter feito parte daquele momento foi muito especial para minha carreira e, certamente, nunca vou esquecer.

Você ultrapassou o status de it girl, que inclusive nunca absorveu, e, hoje, também é empresária, sonho que ansiava em realizar. Como vai a faceta “Lalá mulher de negócios”? A La Rouge Belle e a LR estão lhe fazendo feliz?

Quando eu criei o blog a intenção era de que fosse um passatempo, sabe? Mesmo cursando faculdade de Direito, eu sempre trabalhei com moda – na Mixer e Daslu – daí ter um blog foi natural. Mas, mesmo com ele crescendo e fazendo sucesso, eu sempre soube que tinha sonhos maiores e não ficaria só nisso. Queria ter um negócio meu e acredito que isso esteja no meu DNA, pois venho de uma família que tem muitos empresários, e meu pai sempre foi o maior exemplo deles. Por isso, hoje, por mais que o blog esteja muito bem, me sinto extremamente realizada com a La Rouge e a LR, que são minhas marcas de lingerie.

Existe uma cobrança maior sobre fazer as empresas darem certo por serem da Lalá Rudge ou você é muito tranquila quanto às pressões externa e interna?

Sim, existe uma cobrança maior. Qualquer empresa que abre vai se estruturando aos poucos, e os erros são necessários para que a gente possa aprender e criar experiência, certo? Mas, no caso da La Rouge, eu não tinha margem para erros, porque o público já estava de olho na marca e, com certeza, iriam ter milhares de pessoas para apontar os defeitos. Então eu fiquei ansiosa e me cobrei muito para, desde o início, ser tudo perfeito, porque era uma marca que nasceria conhecida.

Influenciar pessoas e ter sua imagem relacionada a marcas poderosas, como a Dolce Gabanna e tantas outras, é uma grande responsabilidade, né? Como você lida com a possibilidade de errar? Isso é uma preocupação pungente?

É uma grande responsabilidade, tanto representar grandes marcas como, principalmente, influenciar pessoas. Atualmente eu tenho um milhão e seiscentos mil seguidores no Instagram e percebo que muitas crianças me seguem, por isso eu mepreocupo com a mensagem que eu vou passar. Eu tento fazer tudo certo, pensar antes no que vou postar, mas, ao mesmo tempo, os erros fazem parte e, como já citei acima, acredito que aprendemos muito com eles. Então, errar é humano. Eu não sou perfeita nem nunca tive a pretensão de ser.

Hoje, até pelo crescimento do número de pessoas que se intitulam blogueiras e digitais influencers, as meninas que já se consolidaram na carreira buscam estar sempre se reinventando. Como você faz para se manter atualizada e relevante?

Eu sou uma pessoa que gosta de se reinventar, sabe? Desde quando comecei com o blog, por mais feliz que estivesse, eu sempre estive buscando outros desafios. Primeiro eu criei minha marca, depois quis ter minhas lojas próprias, agora eu decidi lançar a LR, porque minhas leitoras me pediam muito uma linha de lingeries mais acessível, e eu queria atender a todas elas. Apesar de me manter sempre ligada ao que acontece para me manter relevante no digital, eu queria buscar algo que fosse mais concreto fora dele, e as minhas marcas me proporcionaram isso.

Seu blog e sua carreira evoluíram e cresceram bastante nos últimos anos, mas, até um tempo atrás, você fazia tudo sozinha. E agora, tem uma equipe nos bastidores?

Atualmente eu tenho uma equipe que me ajuda na construção do conteúdo do blog – são colunistas que escrevem semanalmente e uma jornalista que produz os textos, mas com o meu direcionamento -, assim como tenho equipes que colaboram comigo tanto na La Rouge quanto na LR. Mas, ao mesmo tempo, eu sou uma pessoa que tenho dificuldades em delegar, então absolutamente tudo tem que passar por mim antes, principalmente nas marcas. Eu participo de todas as etapas, desde a criação, até a escolha dos tecidos, da paleta de cores.

Em uma entrevista antiga sua à Veja SP, você afirmou que quando percebeu que mais de 70 mil pessoas lhe seguiam pensou em deletar o blog pelo receio de se expor. E hoje, que só em seu Instagram você tem 1.6m, como lida com a exposição?

Na época que percebi que o blog tinha 70 mil seguidores diários me deu um frio na barriga, porque, como falei anteriormente, eu comecei como uma brincadeira despretensiosa. Quando eu criei eu me sentia escrevendo para as minhas amigas, porque sempre gostei de dar dicas de viagens, restaurantes, produtos de beleza, e elas sempre me ligavam para perguntar sobre essas coisas. Nunca foi algo programado, e eu comecei a ter dimensão de que havia crescido quando amigas do meu irmão diziam que liam meu blog, quando começaram a me parar na rua para pedir foto etc. Aí a ficha caiu, eu fui olhar o Google Analytics para ver quantos acessos tinha e busquei profissionalizar. No início eu tive um pouco de medo quanto à exposição, até porque não tinha intenção de ser famosa – queria mesmo era ser empresária, meus pais também ficaram receosos, mas uma hora eu relaxei e decidi aproveitar as oportunidades que vinham surgindo. Apareceram convites para muitas parcerias, assinei uma coleção com a Martha Medeiros, outra de sapatos, de joias, e, como eu sempre gostei muito de moda, decidi que se eu tava na chuva eu ia me molhar. Foi uma fase de muito aprendizado, porque as coisas aconteceram muito de repente, e eu não estava preparada para lidar com as críticas, por exemplo. Mas, hoje, analisando, percebi que de pois de oito anos eu aprendi a lidar e a entender que todo trabalho tem seu bônus e seu ônus e, o meu,é relevar as críticas das pessoas que nem te conhecem e se acham no direito de falar da sua vida.

O seu lar, que você apresentou há poucos meses ao público em uma matéria lindíssima para a Vogue Casa, parece ser sua nova paixão. Como foi, depois de uma separação, recomeçar e construir esse novo espaço só seu?

Sem dúvidas meu apartamento é minha nova paixão! A vida inteira eu morei com meus pais, nunca morei fora e só sai quando casei, então eu estou achando muito bom, porque finalmente eu decorei uma casa do jeito que eu queria. O lavabo, por exemplo, tem tecido de onça, usei um quarto para fazer de closet, fiz minha sala do jeito que eu queria e não tive que pedir a opinião de ninguém. Nunca havia morado sozinha, está sendo um recomeço, uma fase de muitas mudanças, claro, mas acredito que tenha amadurecido e me conhecido melhor nesse processo. Hoje estou namorando há um ano e três meses e estou realmente feliz com meu apartamento novo e a nova fase!

Apesar ser conhecida em todo o Brasil, e até no mundo, como Lalá, seu verdadeiro nome é Maria Imaculada, e muitas pessoas ficam surpresas ao saber. Elas são duas personas distintas e existe alguma diferença entre elas? Tipo, a Lalá é mais profissional, e a Maria é mais na intimidade?

É verdade, muita gente não sabe que meu nome é Maria Imaculada. Minha família é muito católica, e todas as minhas tias e primas são Marias: minha irmã é Maria das Graças, tenho uma prima que se chama Maria da Conceição, e por aí vai. Mas Lalá é meu apelido desde pequena, eu sempre fui Lála, então ambas são a mesma persona. Mas, de fato, eu não sou uma pessoa que gosta de expor a vida pessoal e o que eu tenho para mostrar é o meu trabalho. Eu não gosto, por exemplo, de postar vários stories com meu dia a dia no Instagram – e até acho super positivo as blogueiras que fazem isso, porque sei o quanto esse diálogo aproxima as leitoras, mas eu vejo como falta de privacidade, então não me sinto bem, porque sou uma pessoa um pouco mais reservada.

Você trabalha desde os 16 anos de idade – começou na Daslu –, sempre correu atrás dos seus objetivos – ser empresária era um deles – e não absorveu para si o título de patricinha. E agora, que aparentemente você tem tudo, onde mais pretende chegar? Quais seus próximos sonhos a serem realizados?

Um grande passo que eu dei foi a criação da LR, porque sempre quis ter uma marca mais acessível que a maioria das minhas leitoras pudessem comprar. Já os próximos acredito que sejam expandir a La Rouge, abrindo em outras cidade e, quem sabe, levar a marca para fora do país. Nós lançamos a linha de beachwear e agora também implementamos a fitness, então, graças a Deus, minhas ideias estão saindo do papel, e tudo está no caminho certo. Eu me sinto muito realizada no trabalho e quero focar nas minhas marcas, porque, claro, também sonho em casar novamente, ter filhos. Então, quando isso acontecer, eu vou prezar mais ainda pela minha privacidade e menos na exposição que o digital acarreta.

JE SUIS LALÁ

Seu closet é poderoso, mas qual aquele que mais te chocou?

O da Jamie Chua (@ec24m). Ela é uma colecionadora de Hermés, e fiquei chocada quando ela postou mostrando o closet.

Seu rolo de câmera está cheio de fotos de?

Fotos de inspirações, da minha cachorra e do meu namorado.

Qual tipo de trabalho você faria até de graça?

Acho que qualquer campanha para uma grande marca de que eu goste, como Dolce & Gabbana, Chanel, Valentino.

Qual status você mais curte: digital influencer ou empresária?

Eu gosto do mix dos dois, porque acredito que uma coisa levou a outra.

O que significa a sua tatuagem, que é uma chave de coração?

Essa tatuagem é de um pingente em formato de chave que eu tinha da Tiffany e que estava sempre comigo.

Fast food preferido?

Cheeseburguer com batata frita do Cabana, em São Paulo (cabana.burger).

Diamonds are a girl ́s best friend?

Não, acho que a melhor amiga de uma mulher é uma lingerie bonita e sexy.

Dor e delícia de ser Lalá Rudge?

A dor é o ônus de lidar com o julgamento das pessoas, e a delícia e a maioria: é ter a oportunidade de ir paras as semanas de moda, conhecer pessoas interessantes, ter acesso aos lançamentos dos produtos que as marcas me manda, poder desfilar para a Dolce & Gabbana

Coberturas
Mais recentes
Destinos
Entrevistas