Gabriela Prioli Della Vedova é uma apresentadora de televisão, advogada criminalista, professora universitária, influenciadora digital, comentarista política e apresentadora de TV brasileira! Ufa! Com essa quantidade de funções nem parece que estamos falando de uma mulher só. Fora tudo isso, Gabi ainda encontrou um outro lado muito especial na sua vida que foi a maternidade. Em um papo descontraído e leve como ela, a recém morena falou tudo sobre essa vida multifuncional.
A sua carreira vem passando por transformações e acreditamos que isso reverberou na mudança do visual. O que podemos esperar da Gabi nessa nova fase?
Com certeza as transformações que eu vivi, elas tiveram impacto na mudança do visual. Eu me sinto muito transformada, não só pelas vivências da minha carreira nos últimos três anos, mas também e principalmente, eu diria, pela maternidade. E eu sentia necessidade de exteriorizar essa mudança interna. Acho que dessa nova fase vocês podem esperar uma Gabriela mais segura, mais confortável. Eu estou me sentindo Bastante confortável, mas forte.
E como a Ava influencia nessa nova fase?
A Ava é um bálsamo na minha vida, é um raio de luz. Ela me alegra, me fortalece, me amadurece, me encoraja. Então, foi vivendo o nascimento, o crescimento desse amor que eu percebi, me percebi alterar, transformada do jeito mais profundo que eu já vivenciei. Então, ter um filho é ter um norte, né? E aí a gente fica invencível.
Como foi conciliar a saúde mental e corporal na maternidade?
Eu me cuidei muito, muito durante a gravidez, durante a gestação. E depois da gestação eu passei um período, depois do parto, um período bastante complicado em relação à saúde mental. Eu fiquei muito mal. Procurei ajuda, comecei a me tratar. E ao começar a me tratar e a cuidar de mim, eu percebi que todos os esforços que eu fazia estavam direcionados para ela, para a saúde dela, para o bem-estar dela, mas sem me dar conta racionalmente de que eu sou a intermediária, de que o bem-estar dela depende de mim. E ao perceber isso, eu comecei a pensar sobre como a gente naturaliza esse abandono da mãe, da mulher. A gente vai visitar um bebê no hospital, a gente leva algo para o bebê, a gente vai visitar em casa, a gente pensa no bebê e a gente esquece da mãe. E a nossa visita dura pouco, a gente vai embora e essa mãe é que vai estar lá cuidando dessa criança e é a saúde dessa mãe que vai garantir a saúde dessa criança. E ao me dar conta disso, eu percebi que eu precisava me cuidar mais. Então, foi a mudança no visual, mas essa mudança no visual representa uma mudança muito mais ampla. Eu Fiz todos os meus exames, eu estou passando com uma endocrinologista, com uma nutricionista, tenho pensado na minha rotina de exercício, continuo fazendo terapia toda semana, voltando regularmente na minha psiquiatra, olhando com bastante atenção para minha saúde integral, para poder garantir esse amparo para minha filha, mas também para garantir a mim uma existência mais frutífera e mais gostosa.
Você descobriu algum novo hábito, ou anseio de uma vida mais saudável após esse momento?
Eu sinto muito mais vontade de estar saudável para poder desfrutar da vida com a minha filha e para poder encabeçar os meus projetos e realizar os meus sonhos, porque eu me vejo na relação com a Ava como um exemplo. E eu quero que ela saiba que, que ela entenda que durante a vida toda ela precisa ser uma prioridade pra ela, ela precisa se cuidar, não só pra poder cuidar também das pessoas que ela ama, mas também para realizar os desejos dela.
E o que você sentiu que ninguém nunca havia te contado que você descobriu sozinha?
As pessoas me diziam que quando a gente tem um filho, a gente se esquece da gente. E o que me chamou a atenção, depois de ter a Ava, foi que eu não me esquecia de mim, eu me lembrava. E quando eu me lembrava de mim, lembrava dos meus desejos, lembrava de quem eu era, de quem eu tinha desejo de ser, eu sentia muita culpa. Porque era como se olhar para mim, era como se me manter existindo plenamente, mostrasse que eu não gostava dela, que eu não me doava para ela o suficiente. E foi refletindo sobre isso e conversando com pessoas próximas um dia eu escutei O conselho que mais me ajudou nesse puerpério foi pensar que eu vou ser mãe da minha filha por muito tempo, se Deus quiser, se o universo quiser, seja lá qual for a sua crença. E porque eu vou ser mãe dela por muito tempo, cuidar de mim hoje é garantir que a Ava tenha uma mãe saudável e inteira no amanhã.
Você é uma mulher muito dona de si, você acha que isso facilitou na hora de transitar em mundos tão diferentes como o da politica e da moda sem que uma imagem interferisse na outra?
Eu particularmente acredito que todo mundo transita por mundos considerados muito diferentes com absoluta naturalidade. A gente tem interesses muito distintos. A gente tem vários interesses. Nós somos muitos dentro de um só. O que acontece é que a gente aprendeu que para nós sermos levados a sério, a gente teria que esconder algumas partes de quem a gente é, ou mesmo anular algumas das nossas características para que nós fôssemos aceitos. Mas quando a gente é obrigado a cortar uma parte do que a gente é, a gente morre mesmo vivendo, porque a gente existe pela metade. Então eu diria que o principal movimento que me ajuda é, de fato, essa apropriação de quem eu sou. Eu reconheço a minha multiplicidade, eu naturalizo a minha multiplicidade e eu exteriorizo a minha multiplicidade. Não só porque eu quero viver isso, mas porque eu acho que, a partir do meu lugar de privilégio, do espaço que eu construí, exteriorizar a minha multiplicidade é legitimar esse espaço para que outras pessoas também possam viver inteiras.
Falando em mundos e como já comentamos você passou por várias mudanças pessoais e profissionais nos últimos anos, como você consegue se manter saudável com todas essas transformações?
Com ajuda. Eu consigo me manter saudável porque eu tenho ajuda na gestão das minhas empresas, da minha equipe maravilhosa, eu consigo me manter saudável porque na minha casa eu tenho muita ajuda, não só com os assuntos da casa, mas com a minha filha eu tenho ajuda dos profissionais de saúde que cuidam de mim, eu tenho ajuda do meu marido que é meu parceiro, eu tenho a ajuda dos meus amigos, eu tenho o amparo da minha família. Então, é com a ajuda, não é sozinha.
Qual conselho você daria para quem precisa aprender a lidar com as criticas desse mundo digital?
laro que, se uma crítica te incomoda muito, vale a pena a gente investigar. Eu diria que toda crítica é uma confissão. E que, portanto, aquilo que o outro diz é do outro. E quem tem que lidar com isso é ele. Claro que se uma crítica te incomoda muito, vale a pena a gente investigar porque isso incomoda, para que a gente possa se fortalecer nesse sentido, para que o incômodo diminua, se não for possível que ele cesse, ou para que nós nos aprimoremos ou nos adaptemos àquilo que a gente considera que seja frutífero adaptar ou aprimorar. É mais principalmente saber que o outro sempre fala dele mesmo.
E o que é SAÚDE NA REAL para você?
Saúde na real, para mim, é respeito à individualidade. Cada um é cada um. E a gente tem formas muito diferentes de viver e de sentir bem. E é fundamental que nós respeitemos o modo de viver do outro, para que nós tenhamos, então, força para exigir que respeitem o nosso modo de viver, porque só existe tranquilidade na coerência.