A influenciadora transformou a própria luta contra a depressão
em voz ativa pela saúde mental

Falar sobre saúde mental é uma necessidade que ultrapassa qualquer data no calendário. Em setembro, mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, o tema ganha ainda mais relevância. E é nesse contexto que a influenciadora Dani Oliveira, 41 anos, natural de Aracaju (SE) e residente em Curitiba (PR), se destaca como uma das vozes mais importantes da internet. Com mais de 2 milhões de seguidores, ela compartilha sua história de superação e mostra que pedir ajuda é um ato de coragem.
A trajetória de Dani até se tornar referência nesse tema surgiu de um momento de vulnerabilidade. Após a segunda gravidez, ela enfrentou um quadro de depressão profunda, marcado por medos constantes e um vazio emocional que a impedia de aproveitar a maternidade. “Eu ficava sempre alimentando a minha cabeça, achando que iria adoecer a qualquer momento, que eu iria ficar doente e perder meus filhos. Eu estava vivendo um momento feliz, mas não conseguia aproveitar, porque o medo começou a tomar conta de mim de uma forma muito forte e profunda”, relembra.
O processo de recuperação veio com apoio profissional e familiar. A terapia abriu caminho para o autoconhecimento, mas foi quando associou ao tratamento psiquiátrico que conseguiu respirar novamente. “Eu comecei a entender que era importante fazer todo o tratamento e fiz um movimento diferente, florindo a casa. Como estávamos na pandemia e não podíamos sair, coloquei coisas dentro de casa que me faziam bem. Então, fui fazendo os vídeos sem pretensão nenhuma na internet, apenas para me distrair, e aí fui me conectando com muitas pessoas.”, conta.
O que era para ser um exercício pessoal se transformou em missão. Aos poucos, Dani percebeu que sua história impactava diretamente outras pessoas, mulheres e mães que também atravessavam dificuldades emocionais semelhantes. “Quando eu entendi que os meus vídeos estavam fazendo bem para as pessoas, que a minha meta era fazer elas sorrirem e aquilo estava me alimentando de forma positiva, eu vi que aquilo poderia ser um propósito. Meu testemunho poderia ajudar muitas pessoas a entenderem que pedir ajuda não é fraqueza, mas um ato de coragem”, afirma.
Para Dani, falar abertamente sobre saúde mental é uma forma de quebrar barreiras de silêncio e preconceito. Ela reforça que reconhecer a necessidade de ajuda é um sinal de força. “A gente precisa ter muita força para dizer que não está mais conseguindo sozinho e que precisa de uma mão, seja do profissional de saúde, seja de um familiar para desabafar. Muitas vezes a gente não tem coragem de falar por medo dos julgamentos, mas procurar ajuda psicológica pode mudar tudo.”
Com essa postura, Dani reforça sua contribuição não apenas em setembro, mas durante todo o ano. Seus vídeos, com doses de humor, são também um lembrete diário de que sorrir pode ser terapêutico. “A vida muitas vezes dói, mas sorrir é um ótimo analgésico. É importante cuidar de si, cuidar da saúde mental e entender que há saída. A gente consegue sim se reerguer e voltar a sorrir com liberdade. É uma luta diária, mas é possível”, conclui Dani Oliveira.