VIAJAR PARA… CASAR!

Sonha em unir os amigos, família ou, talvez, somente seu parceiro para dizer o sonhado sim em um destino incrível? Os destination weddings ganharam força nos últimos anos e se tornaram a opção perfeita para os noivos que buscam fugir do tradicional, viver momentos inesquecíveis ao lado de quem se ama e, quem sabe, até já emendar os dias de festa com a lua de mel. Convocamos três pessoas que entendem do assunto (uma noiva, um party designer e uma estilista) para falar de suas experiências com a gente.  

MICA ROCHA 

A noiva do destination wedding 

Você casou (com o mesmo marido) quantas vezes mesmo?  

Casei três vezes com o mesmo marido! Como fizemos o destination, queríamos casar na igreja e precisávamos fazer isso antes, além do que, alguns parentes, como nossos avós, não iriam ao casamento fora. Como não é permitido casar no civil e na igreja ao mesmo tempo, tivemos que, antes de todos esses casamentos, oficializar no cartório. Então foram três casamentos no total. 

Por que você optou por um destination wedding? 

Na verdade, o local nos “escolheu”. Fizemos uma viagem muito especial para Bahamas e falamos que nos casaríamos lá um dia. Não foi por ser fora do Brasil ou algo assim, foi porque lá temos uma história linda pessoal. Bahamas é um lugar muito especial para nós como casal. 

Como foi a escolha dos fornecedores que iriam te acompanhar? 

Os fornecedores foram quase todos de lá, aproveitamos a estrutura do hotel e fizemos tudo. Levamos DJ’s e meus amigos queridos Marcos Proença e Nádia Tambasco para fazer cabelo e maquiagem. Não tivemos bem casado  nem bolo, eu fiz de acordo com um casamento fora. Não levei nada daqui, foi tudo bahamenho!  

Que conselho você gostaria de ter ouvido sobre a organização de um destination wedding que ninguém te deu? 

Acho que não passei perrengue com organização. Tive uma planner de Nova Iorque (Molly Moddleton) que organizou tudo junto com o pessoal do hotel One and Only. Fui duas vezes para lá para resolver algumas questões, mas foi bem tranquilo! Graças à organização perfeita, eu tive plano B, porque choveu horrores no dia do casamento, e eu mudei o local da cerimônia duas horas antes. Uma pessoa que organiza e acalma a noiva é fundamental! 

 

LUIS FRONTEROTTA 

O party designer 

Quais destinos serviram de cenários para os casamentos que você já assinou o décor? 

Ao longo de nove anos de empresa, já fizemos festas em diversas cidades do Brasil, do Nordeste ao Sul, e do mundo, incluindo Xangai, na China, Versalhes, na França, Berlim, na Alemanha, Lisboa, em Portugal, e Miami, nos Estados Unidos. Nossa experiência nas diferentes culturas e distâncias nos possibilitou desenvolver um detalhamento bastante complexo para os wedding destinations e outras festas (sociais e corporativas). Fazemos todos os desenhos técnicos, executivos e especificações que permitem, independentemente do lugar ou da região, que nosso padrão de montagem de serviço seja exatamente o mesmo que temos com nossos parceiros de São Paulo, sede de nosso estúdio. 

Destination Wedding, aliás, é a opção de muitos noivos atualmente. Quais são os desafios e as delícias de embarcar, literalmente, no sonho de casar fora da cidade ou do país natal dos noivos? 

O destination wedding promove uma experiência marcante com os convidados e noivos. A programação toda, a viagem em si, o maior tempo de interação… .com certeza, tudo isso torna a experiência inesquecível. Uma oportunidade para os convidados estreitarem os laços e, eventualmente, visitarem novos lugares. Em muitos casos, acabam acontecendo outros eventos antes e depois da festa de casamento, estendendo ainda mais a experiência. Além disso, como toda viagem, novas e positivas descobertas podem surgir. Muitas de nossas melhores memórias ao longo da vida acontecem em viagem. Porém, podem aparecer alguns desafios. Muitas vezes, o número de convidados pode ter quebra maior, pois nem todos têm a mesma disponibilidade de viagem. Dependendo do local escolhido, podemos encontrar algumas limitações de transporte, infraestrutura, fornecedores locais e inclusive limitações de projeto. É importante sempre alinhar com os noivos as expectativas. 

Já passou algum perrengue quando estava à frente do décor de um destination wedding? Como foi? 

As dificuldades surgem, mas quando se está preparado, sempre encontramos alternativa. Por isso é importante termos um time pronto para trabalhar com situações inesperadas. Eu já tive que fazer adaptações de projeto durante a montagem, por conta de alterações climáticas, por exemplo. De toda forma, a atenção sempre é redobrada quando estamos fazendo um destination wedding. No caso da Romana e Alok, no Cristo Redentor, apesar de estarmos numa cidade com bastante infraestrutura, o horário da montagem e a dificuldade de acesso poderiam comprometer a entrega. Montamos a festa durante a madrugada, para que a cerimônia começasse às 5 horas da manhã. Em nossa pré-produção, sempre trabalhamos com backup e excedentes de material e mão-de-obra, para que não nos falte nada. Tudo tem que ser pensado previamente e conferido diversas vezes. 

Alok e Romana
casamento Alok e Romana

E você gosta de viajar? Qual o destino mais marcante que já visitou? 

Para mim, as viagens normalmente representam novos eventos e desafios ou uma pausa para descansar, então impossível não gostar. Profissionalmente, o maior desafio foi montar um evento na China. Nossas culturas são muito diferentes, o processo todo foi desafiador, mas o resultado, melhor que o esperado. A passeio, meus destinos preferidos são as cidades da Europa, com um carinho especial por Lisboa (o despojamento, a luz que esta cidade tem) e no Brasil com certeza o mais visitado é o Rio de Janeiro, paisagem esculpida à mão por Deus. 

 

LETHICIA BRONSTEIN 

A estilista 

Lembra do primeiro vestido de noiva que desenhou? Conta para a gente como foi! 

Eu comecei a desenhar vestidos de noiva no ano em que eu casei (2005). Mas, sempre fui apaixonada por vestidos de noiva e sempre observei todos os detalhes nos casamentos que eu ia. Antes disso, eu desenhava roupas de festa para algumas outras marcas em que trabalhei, como a Le Lis Blanc, Maria Bonita, Clube Chocolate (trabalhei 10 anos no mercado antes de abrir minha marca). Então, vim com uma bagagem bem bacana até resolver voltar para as minhas origens e fazer alta costura com características exclusivas e especiais.  

Quando eu quis me casar, não encontrei nada aqui no Brasil que chegasse ao que eu sonhava para o meu grande dia. Então, fui até Nova Iorque e acabei me encantando com um vestido da Vera Wang. Após o meu casamento, uma amiga pediu para que eu desenhasse um vestido para ela. Aí eu falei: “ou faço o vestido inteiro ou não faço”. Ela topou e, depois disso, várias amigas começaram a pedir para fazer os vestidos de noiva delas, virou um hobby de final de semana, sabe? Dois anos depois, eu já tinha feito mais de 50 vestidos. Foi aí que decidi sair do meu trabalho, na Le Lis Blanc, e abrir um atelier de vestidos de noiva e festa. 

 

E o primeiro vestido de noiva pensado para um casamento fora do país, você lembra? 

Para uma noiva que se casou nos Hamptons, nos Estados Unidos.  

Casar fora, aliás, se popularizou bastante e, hoje, a tendência tem até nome: destination wedding. De que forma a opção por esse tipo de casamento influencia no seu processo criativo? 

Cada localização influencia de uma forma diferente. Se é praia, Toscana, França… o clima e o sonho da noiva são diferentes e, como consequência, o vestido também.  

Para que destinos a sua marca já foi embarcando junto com o sonho de noivas/clientes?  

Nossa… tantos! Ao longo destes 12 anos, ficaria aqui até amanhã para contar. (risos) O último foi para Capri, e o próximo vai para a Costa Amalfitana, ambos na Itália.  

 

 

Que dicas você daria para uma noiva que pretende casar fora? 

Para escolher uma assessoria brasileira, que entenda como gostamos de fazer festa. Nosso timing, o que gostamos de comer, que gostamos de dançar muito e até o chão… enfim, isso é fundamental! 

 

 

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