#PersonaInvoga: Batemos um papo com Duda Nagle sobre a chegada de sua filha Zoe

A estreia do nosso #PersonaInvoga vem com uma data super especial: O Dia dos Pais. Batemos um papo com Duda Nagle sobre a chegada de sua filha Zoe em sua vida e o quanto a chegada de um filho muda a vida de um homem.

Além de falarmos do impacto na vida pessoal e profissional, foi inevitável para o ator citar as outras mulheres de sua vida: a jornalista Leda Nagle e a apresentadora Sabrina Sato. Quando questionado sobre a possível torcida no gênero do bebê ao descobrir a gravidez, Duda afirmou:

“Não me importei se seria menino ou menina. Mas, de fato, ser pai de menina me fez rever várias questões. Eu já sou filho de uma mulher muito independente, ativa, que corre atrás dos seus sonhos e é segura… E minha mulher também é assim. Então, é muito natural pra mim ter uma figura feminina proativa, independente, que luta por suas vontades…. E isso também foi muito natural também minha relação com a Sabrina como minha mulher.”

 

Confira a partilha emocionante do ator Duda Nagle com exclusividade em nosso site:

Invoga: Quando a Zoe nasceu, nasceu também o Duda “pai”. Em qual momento você sentiu essa sua nova faceta surgir na sua vida, de fato, a ponto de começar a mudar quem você era, o que fazia e como pensava? Houve algum momento de “impacto”, como uma virada de chave que te marcou no aspecto “agora, sou pai e isso tudo agora será diferente”? 

Duda: Eu acho que ser pai é um processo diferente de ser mãe, já que a mulher sente na barriga dela o bebê crescendo. Acho que pra mãe a ficha cai mais rápido. Pro pai é um processo que vai sendo construído, mas, sem dúvida nenhuma, o momento mais marcante dessa experiência toda foi quando peguei a Zoe no colo assim que ela saiu da barriga da Sabrina. Foi o momento mais emocionante da minha vida inteira. Ali acho que senti realmente a transformação e que ela é pra sempre. Mas, até agora, a mudança de perspectiva continua. Existem os momentos que marcam mais (como esse primeiro momento que a peguei), mas sigo sentindo algumas viradas de chave até agora (e ela já está com 1 ano e 8 meses). Acho que essa “virada” nunca para. Minha mãe sempre fala isso É um processo eterno.

 

Invoga: Em algum momento, você teve preferência quanto o bebê fosse menino ou menina? E quando descobriu que seria uma menina, como se sentiu? O que define um “pai de menina”? Você de fato, mudou sua forma de pensar e enxergar o mundo a partir dessa nova perspectiva de ter uma filha mulher em uma sociedade com estruturas patriarcais e cultura machista ainda tão presentes no dia a dia das mulheres?

Duda: Preferência nunca, mas, desde pequeno sempre achei que meu primeiro filho seria homem. E desde pequeno já me via como pai. Mas quando ficamos sabendo que era menina, fiquei muito feliz. A notícia de ser pai, por si só já me deixou muito feliz. Não me importei se seria menino ou menina. Mas, de fato, ser pai de menina me fez rever várias questões. Eu já sou filho de uma mulher muito independente, ativa, que corre atrás dos seus sonhos e é segura..E minha mulher também é assim. Então, é muito natural pra mim ter uma figura feminina proativa, independente, que luta por suas vontades…. E isso também foi muito natural também minha relação com a Sabrina como minha mulher. Eu nunca pensei muito nisso porque aprendi desde cedo com a minha mãe que atitude vale mais que o discurso. Ela, por exemplo, entrou no o jornalismo num momento que ele era basicamente dominando por homens…e a Sabrina também vem se impondo no mercado, defendendo suas posições de forma natural…E isso pra mim é o que vale. A atitude. E é isso que quero que minha filha entenda: ela é livre, pode e deve correr atrás de tudo que ela quiser na vida, no trabalho, afetivamente….A sociedade está cada vez mais se abrindo pras mulheres conquistarem seus espaços. Acho que ainda falta muito, mas Zoe vai ter sempre meu apoio na sua caminhada.

 

Invoga: Quanto ao aspecto profissional: em algum momento, você “dividiu” seu tempo e compromissos de trabalho para estar mais presente na vida da Zoe e exercer a paternidade nesse início de vida dela, um período tão único e importante?

Duda: Sim. É muito difícil a gente dividir esse tempo com qualquer outra coisa, até porque, na minha opinião, a paternidade é a coisa mais importante da minha vida. Então, antes o que seria minha prioridade, eu passei a rever. Quando a criança nasce, a gente tem que rever essa ordem de prioridade e a gente vai aprendendo com isso a cada dia. Eu brinco que o lado bom dessa quarentena é poder ficar bem mais perto da minha filha e poder acompanhar o dia a dia dela bem de pertinho. E ver ainda mais as mudanças dela a cada segundo, porque ela vai aprendendo coisa nova diariamente, que influenciam em outras coisas que ela já tinha aprendido…. E isso é incrível! Poder estar perto dela nesse momento (ainda que caótico) é uma benção.

 

Invoga: Como foi voltar para o exercício da sua individualidade seja profissionalmente, pessoalmente, após ser pai? Voltar a ter momentos da “vida de antes”, sem filhos, é diferente? O que você nota que mudou em você na forma de agir, trabalhar, exercer sua profissão? A quais projetos você está se dedicando atualmente?

Duda: Sim é muito difícil também. Como disse, a importância da paternidade na minha vida é tão grande que tudo tem que ser revisto. E essa parte da individualidade também. No início foi mais difícil, mas a mudança é praticamente automática….parece que você esquece a individualidade logo que a criança nasce. Eu não tinha convivência com bebê recém-nascido, então foi tudo novidade quando a peguei no colo pela primeira vez. Lembro que ela pesava mais de 3kg, mas parecia uma bigorna de 50kg pra mim porque eu estava com receio de segurar um serzinho tão frágil e tão importante na vida da família toda…Com a criança no colo a importância da individualidade anterior é interrompida. Quando fui gravar “A dona do pedaço” optei em fazer muito bate e volta pra São Paulo (onde moramos) pra poder vê-la. Eu poderia ter passado mais noites no Rio, mas optei em dormir pouco, pegar avião o tempo todo para ficar mais próximo dela ao máximo possível e, mesmo assim, ainda sentia aquela sensação de estar perdendo algo…Por várias vezes recebi vídeos da família com ela fazendo algo que não fazia antes e que me deixava feliz, mas, ao mesmo tempo, tinha a sensação de ter perdido por não ter participado daquele momento. Então, a gente fica mais dividido, mas tem que conciliar, tem que trabalhar….Hoje, estou em casa, seguindo esse isolamento social, mas assistindo a reprise de Cúmplices de um resgate que fiz no SBT, estou acertando pra fazer um filme bem legal em breve e aguardando o lançamento do longa “A garota da mota” que fiz no começo do ano. Quero trabalhar muito, mas vou fazer de tudo sempre pra estar ao máximo com ela.

 

Invoga: Que aspectos você considera mais importante e prioriza na hora de estar com a Zoe? O que é ou como é, de fato, ser um pai?

Duda: Eu, como ator, acho que ser um pai é como a figura do mentor num filme, numa novela. Na trama, tem a protagonista e, na minha trama, a Zoe é a protagonista e eu sou o mentor, a pessoa que está ali para conduzir os processos dela. Estou ali para ajudá-la a aprender, a se desenvolver, a cuidar dela…O pai tem que estar presente e ele aprende mais que o filho, porque o filho acaba aprendendo com o mundo muita coisa o tempo todo. O meu mundo é ela. É muito complexo, mas é fascinante. O pai tem que trabalhar para estar presente e ser o mentor, não o herói, o protagonista. O protagonista é o filho.

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