A DIFERENÇA ENTRE O MÉTODO BLW x CONVENCIONAL

O Método BLW /Baby-led Weaning, em que o bebê pega os alimentos em pedaços e leva até a boca sozinho, tem ganhado popularidade. Sua abordagem não inclui alimentação com a colher e nenhum método de adaptação de consistência para preparar a refeição do lactente, como amassar, triturar ou desfiar, e defende o uso de alimentos in natura, desencorajando a alimentação do lactente realizada na forma tradicional como em textura de papinha ou purês.

Mas Antes de indicar o BLW como método exclusivo de alimentação complementar, é preciso averiguar os seguintes questionamentos:

1. Há impacto sobre o crescimento e o desenvolvimento?
2. A ingestão de micronutrientes é suficiente?
3. Influencia a formação dos hábitos alimentares?
4. Influencia o comportamento dos pais / cuidadores?
5. É um método de alimentação complementar viável para os pais?
6. É uma forma segura de alimentar os lactentes? Há maior risco de engasgo e asfixia?

É importante ressaltar que não há evidências de que o método tradicional com colher seja menos estimulante ou menos importante, desde que sejam seguidas as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, do MS e da OMS, tanto do ponto de vista nutricional como comportamental. E que também não há evidências e trabalhos publicados em quantidade e qualidade suficientes para afirmar que o método BLW seja a única forma correta de introdução alimentar.

E o que os estudos sobre BLW mostram:

1. crianças consomem alimentos que representam maior risco de asfixia;
2. Crianças foram mais propensas a comer com a família no almoço e jantar;
3. tiveram maior ingestão de gordura e gordura saturada;
5. menor ingestão de ferro, zinco e vitamina B12
6. Não previnem dificuldades alimentares na infância.

A diferença nutricional pode acontecer porque, com o método BLW, a criança pode mais brincar com a comida do que comer, o que diminui o volume de alimentos ingeridos e, consequentemente, de nutrientes.

O que nós não recomendamos é a utilização única do BLW. Indicamos a alimentação mista: deixar que as crianças explorem os alimentos, as texturas, mas garantir que os pais alimentem os bebês.

✔A evolução da consistência deve ser gradual.
✔Os alimentos devem ser oferecidos inicialmente em forma de papas, não homogênea, e só depois em pedaços mais firmes.
✔Todos os grupos alimentares devem ser oferecidos a partir da primeira papa principal.
✔A refeição deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar.
✔O ritmo da criança deve ser respeitado, de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor.

 

Dra. Aglair Barbosa, Nutróloga Pediátrica

@aglairbarbosa

(85) 4011-2964

Av  Dom Luís, 1200, Fortaleza – CE

Coberturas
Mais recentes
Destinos
Entrevistas