Max Petterson: Do Cariri para o mundo — o artista que transformou vivências em pontes culturais

Em entrevista exclusiva à InVoga, o ator, comediante e empreendedor Max Petterson compartilha sua trajetória de Farias Brito a Paris, revela bastidores de seus projetos e reforça que sua maior missão é continuar sendo ele mesmo — com humor, afeto e autenticidade.

Há artistas que interpretam personagens, e há artistas que se tornam símbolo de uma cultura inteira. Max Petterson, com seu humor afiado, sotaque inconfundível e uma capacidade rara de criar conexões verdadeiras, é um desses nomes. Cearense de Farias Brito, criado no Crato, e hoje radicado em Paris, ele conquistou o Brasil — e boa parte da internet — sendo simplesmente ele mesmo: um jovem nordestino inquieto, sonhador e profundamente ligado às suas raízes. Em entrevista exclusiva à InVoga, Max compartilha momentos marcantes de sua jornada e mostra como construiu uma carreira internacional sem jamais abandonar sua essência.

Do Cariri à Torre Eiffel: uma trajetória moldada pelas vivências

“Todo artista é um espelho daquilo que ele viveu”, afirma Max, ao relembrar sua caminhada entre o sertão do Ceará e os becos culturais de Paris. “Sou uma modelagem de tudo que vivi — do carinho, do descarinho, dos traumas e das conquistas. Aprendi com minha avó e minha mãe a valorizar as pequenas coisas”, diz. E é justamente esse olhar sensível para o cotidiano que torna sua arte tão genuína e próxima.

A descoberta do humor como linguagem universal

Formado em teatro, Max iniciou sua carreira com peças dramáticas, mas encontrou no humor uma forma poderosa de conexão. “Demorei para entender que fazer comédia exige uma habilidade única. Não é dom, é trufo. É uma carta na minha manga como artista: fazer as pessoas rirem com facilidade”, compartilha. O vídeo sobre o calor em Paris, que viralizou nas redes, foi o empurrão que precisava para consolidar sua presença digital. “Peguei o limão e fiz uma limonada. Usei a visibilidade para mostrar o que realmente sou capaz de fazer.”

Turismo, moda e audiovisual: a criatividade como bússola

Max não parou na internet. Criou a empresa Descobrindo Paris, que unia turismo, cultura e sua paixão pela história francesa. “A ideia foi unir o útil ao agradável. Já era comunicativo e apaixonado por Paris. Transformei isso em um negócio sustentável.” Hoje, o projeto se expande com a Sinal.io, empresa de chips virtuais 5G para viajantes. “Começou na França, depois Europa, e agora está ganhando o mundo.”

Outro braço de sua criatividade é a Espilicute, sua marca de roupas. Mas como conciliar tantas frentes? “Na real, não tem equilíbrio. Fico pirado em cada um”, brinca. “Tem períodos em que estou focado no audiovisual, outros na moda ou no turismo. Meus projetos surgem quase como um surto coletivo… e dão certo.”

No palco com Whindersson e nas telas com a Netflix

O convite para abrir o show Eita, Casei, de Whindersson Nunes, foi decisivo. “Foi meu primeiro stand-up. Nunca tinha feito. Aquilo me marcou profundamente. Sou grato ao Whindersson e toda equipe.” Depois, vieram papéis marcantes no cinema e na TV. No filme Bem-vinda a Quixeramobim, Max interpreta Eri, um buggyzeiro carismático. “O Eri é o Max que nunca saiu do Cariri. Tem uma inocência que eu já perdi ao encarar a vida adulta tão cedo.”

Na série O Cangaceiro do Futuro, da Netflix, ele mergulhou num universo criativo que o encantou. “A Netflix é uma grande mãe do audiovisual. Trabalhar com Halder Gomes e Glauber Filho foi mágico. Foi como brincar de fazer arte. Simples na forma, mas profundo na criação.”

Do Pau da Bandeira para o documentário: o Cariri como protagonista

A paixão pela sua terra natal também se transforma em conteúdo. Com o projeto É do Cariri com Max Petterson, ele quer mostrar ao mundo a força cultural da região. “A ideia surgiu quando fui ao Pau da Bandeira de Barbalha com amigos influenciadores. Pensei: por que não oficializar isso como uma imersão na cultura caririense? É um mergulho na alma do Nordeste.”

Sem obrigação de representar, mas carregando o Cariri no peito

Max rejeita a ideia de “obrigação” em representar sua terra, mas reconhece que sua origem é inseparável de sua identidade. “Não tenho que levantar bandeira, eu sou a bandeira. O Cariri está em mim. A cultura nordestina me moldou e me acompanha. Onde vou, ela vai junto.”

Para os sonhadores: um conselho direto e verdadeiro

Para quem deseja seguir seus passos, Max é claro: “Quer fazer? Faça. Mas entenda quem você é e onde pode chegar. Dê passos maiores do que a perna, mas não tão grandes a ponto de se ferir. Cada um tem sua linha do tempo. Só acredite no que faz e plante com o coração. A colheita vem.”

Max Petterson é um desses nomes que nos lembram que humor e profundidade podem — e devem — caminhar juntos. Seja nos palcos, nas ruas de Paris ou sob o sol quente do Cariri, ele segue sendo uma ponte entre mundos, conectando pessoas com verdade, talento e, claro, muitas risadas.

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