Atriz, apresentadora, produtora, empreendedora e referência em representatividade.
Maria Gal é uma dessas artistas que transbordam potência por onde passam — seja nas telas, nos bastidores ou nas redes. Natural de Salvador, Bahia, ela construiu uma carreira sólida, com projetos marcantes no Brasil e no exterior, sempre movida pelo propósito de transformar realidades e ampliar vozes negras dentro e fora do audiovisual.
Com passagens por produções de destaque como Sob Pressão, 3%, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Joia Rara, As Aventuras de Poliana e Amor Perfeito, Maria é uma artista que escolhe seus projetos com intencionalidade. “Eu escolho projetos que me atravessam — que dialogam com minha história, meus valores e meu desejo de provocar reflexões”, conta. Para ela, atuar é também uma forma de ampliar o imaginário coletivo sobre pessoas negras, especialmente mulheres.

Protagonismo e voz ativa
Em 2022, Maria Gal assumiu um novo desafio: apresentar, produzir e ser showrunner do talk show Preto no Branco, exibido pelo Grupo Band. O programa foi um sucesso, alcançando mais de 10 milhões de pessoas. “Foi entender o poder da escuta. Quando abrimos espaço para outras vozes negras compartilharem suas vivências, entendemos o quanto nossas trajetórias, embora diversas, estão entrelaçadas”, revela. Para Maria, representatividade vai além da imagem — é também sobre construção, conexão e fortalecimento de identidade.
Com o desejo de mover estruturas e criar novas narrativas, Maria fundou a Move Maria, sua própria produtora. O objetivo? Ampliar a representatividade negra no audiovisual. “Desde acesso a financiamento até romper com estigmas do mercado, os desafios foram muitos. Mas acredito profundamente na potência de empreender com propósito”, afirma.
Transformando dor em potência
Além da arte e do empreendedorismo, a experiência pessoal de Maria também tem guiado suas escolhas profissionais. Sua mãe, Dona Clarice, foi diagnosticada com Alzheimer, o que despertou na atriz um novo olhar sobre a vida. “O Alzheimer da minha mãe me ensinou a importância da memória — e também da ausência dela. Decidi transformar essa dor em potência”, conta. Atualmente, ela dirige um documentário que aborda envelhecimento, desigualdade e saúde mental da população negra.

Estilo, identidade e autoestima
Com uma presença marcante nos eventos de moda e beleza, Maria Gal também é referência no universo fashion, sempre trazendo a representatividade como ponto central. “A moda e a beleza sempre foram ferramentas políticas pra mim. Quando uma mulher negra se vê representada em capas, campanhas e passarelas, ela se reconhece como potência”, reflete. Para ela, autoestima nasce do espelho, da mídia e da arte.

O futuro do audiovisual e a mensagem que fica
Com uma carreira cada vez mais internacional e multiplataforma, Maria enxerga um futuro promissor para o Brasil no cenário global: “Vejo com muito otimismo. O Brasil é um celeiro de histórias únicas e potentes. O futuro do audiovisual brasileiro passa, necessariamente, pela diversidade — de temas, de olhares, de protagonistas.”
E para quem sonha em transformar a própria realidade, ela deixa uma mensagem poderosa:

“Acredite na sua história. Mesmo que ela ainda esteja sendo escrita. Seja teimoso com sua visão e gentil com o seu processo. E, acima de tudo, não espere que te deem espaço: construa o seu.”