Após o sucesso de Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo, a A24, estúdio independente que produziu vários filmes de terror considerados “cult”, lança Talk To Me ou “Fale Comigo”, que foi apresentado nos festivais de Sundance, Berlim e SXSW, e chegou às telas brasileiras recendo muitos elogios da crítica, alcançando inclusive 95% de aprovação no Rotten Tomatoes, além do selo Fresh. De acordo com os especialistas, o filme tem uma história supreendente com ótimos efeitos especiais, e por isso é o favorito para horror de 2023.

Acenda a vela, estenda a mão, FALE COMIGO e vá direto para o inferno. O terror FALE COMIGO acompanha um grupo de jovens que descobre como invocar espíritos usando uma mão embalsamada, e ficam obcecados pela adrenalina. Procurando uma forma de se comunicar com a mãe morta, Mia (Sophie Wilde) se reúne com os amigos para mais uma sessão, até que um deles vai longe demais e liberta terríveis forças sobrenaturais, essa é a história do filmeque vai além do terror e nos leva há algumas reflexões.

Dirigido por Danny e Michael Philippou, dois irmãos gêmeos australianos conhecidos pelo canal no YouTube RackaRacka e sem nenhuma experiência no cinema, agora estreiam na direção de um longa-metragemque conseguiu modernizar o filme de possessão, saindo do óbvio que são os tabuleiros ouija, para explorar uma espécie de mão mágica que transporta a pessoa que a toca para outro mundo: o mundo dos mortos. Sai também o padre exorcista, que seria o primeiro a ser chamado nesses casos, e entram as redes sociais. Onde a tecnologia é quemexpia e abençoa. Interessante, não?!

E se você ainda não está convencido a assistir o filme, aí vão 5 motivos:

1 – Ótima Atuação de Sophie Wilde

A estreante Sophie Wilde transita bem entre o cômico e o drama sem cair no caricato, principalmente quando sua personagem está possuída. Escolha acertada da protagonista.

2 – Muita possessão

Para quem gosta do gênero, vai adorar o filme, pois está repleto de cenas de espíritos possuindo os humanoslevando a consequências terríveis para alguns, que medo!

3 – Possibilidade de se tornar uma franquia

É bastante comum quando se assiste a um bom filme, ter vontade de saber mais das personagens. A boa notícia é que os próprios diretores já confirmaram que estão trabalhando em uma prequência do longa, na qual a história de Duckett será contada e com boas chances da A24 dê sinal verde para a nova trama. Assunto é que não falta!

4 – Trama criativa

O enredo do longa consegue ser cruel, intrigante e surpreendente ao mesmo tempo, algo que não se vê em filmes do gênero há algum tempo. No primeiro momento o roteiro pode parecer seguir o padrão comum, mas a história toma um rumo interessante quando os espíritos concentram seus esforços em prejudicar apenas uma pessoa do grupo.

Mia (Sophie Wilde) é o verdadeiro alvo e a razão pela qual eles continuam a assombrar sua vida e a dos outros personagens. Após a morte de sua mãe, ela fica muitovulnerável e os espíritos se aproveitam disso usando Riley (Joe Bird), irmão de sua melhor amiga, para atraí-la de forma cruel.

Mesmo que a história seja focada na mão amaldiçoada, consegue trazer outros arcos interessantes como o intrigante passado da mãe de Mia e a verdade por trás da perturbação de Duckett (Sunny Johnson) e da morte de seu irmão Cole (Ari McCarthy), por exemplo. Fazendo com que o expectador queira saber mais sobre as personagens.

5 – Crítica à geração Z

Algo que mais gosto no filme é a Crítica à geração Z e seu vício em tecnologia. A narrativa a possessão como uma metáfora para o uso de drogas e a atração por coisas que lhes fazem mal, que esta geração tem. Sem falar, no fato perturbador destes jovens se preocuparem mais em filmar e fotografar do que ajudar alguém que esteja em perigo, um absurdo.

Com um elenco maravilhoso, com ótimas atuações não só de Sophie e Joe, mas também de Alexandra Jensen, Miranda Otto, Otis Djanji e Zoe Terakes, Fale comigo tem potencial para se tornar um clássico do terror contemporâneo. E está em cartaz nos melhores cinemas da cidade.

 

Fale Comigo (Talk to Me – Austrália, 2023)
Direção: Danny Philippou, Michael Philippou
Roteiro: Danny Philippou, Bill Hinzman (baseando num conceito de Daley Pearson)
Elenco: Sophia Wilde, Joe Bird, Marcus Johnson, Alexandra Jensen, Miranda Otto, Zoe Terakes, Chris Alosio, Ari McCarthy, Sunny Johnson
Duração: 95 min.

Patrícia Porto